Sabemos que a experiência será sempre gratificante quando lidamos com projetos que nos são queridos. Esse foi o caso com a trilogia Elenium, de David Eddings. Tivemos o privilégio de participar desse processo desde o início, buscando convencer o editor a negociar e obter os direitos autorais (quando ainda trabalhávamos diretamente no departamento editorial da Aleph). Para tanto, contamos com a ajuda de dois grandes entusiastas da série: o professor Pierluigi Piazzi e o físico Amit Goswami. O que não chega a surpreender, já que Eddings tem um estilo narrativo capaz de transportar para as suas páginas qualquer pessoa que inicie a leitura de suas aventuras.
Uma vez que, em razão de nossa insistência, fomos “culpados” pelo projeto na opinião do editor, ele nos incumbiu de realizar a tradução e o copidesque do primeiro livro da série, O Trono de Diamante. O copidesque em si não era a questão mais inquietante, pois já havíamos executado dezenas de trabalhos desse tipo no passado. O que nunca havíamos realizado antes era uma tradução literária. Fomos tomados por um misto de apreensão e empolgação, o receio de não estarmos à altura de tal empreitada, mas tivemos de considerar a possibilidade animadora de nos dedicar a uma obra tão especial. Por conhecer teor e forma dos livros de Eddings, enchemo-nos de coragem inspirada no próprio Sparhawk e aceitamos o desafio.
Demoramos alguns dias para realizar certos ajustes de estilo e de narrativa, sempre observando o original de perto. Ser responsável por verter o texto em inglês para o português, no que parecia mais um dos feitiços misteriosos de Sephrenia, foi uma experiência inigualável. A “dobradinha” de tradução e copidesque, em contato tão próximo e imediato, facilitou a realização dos acertos necessários, deixando um texto coeso e fiel ao trabalho do autor.
Acabamos abraçando toda a produção textual do livro até o arquivo final de gráfica, desde os detalhes de projeto gráfico e redesenho dos mapas originais (passando por verificações de cada cidade, rio e montanha) até revisões e conferências finais.
Quanto à arte de capa, a incrível ilustração assinada por Marc Simonetti transmitiu a tônica do livro com maestria.
Com ansiedade e impaciência, corremos para acompanhar a opinião dos leitores. Os elogios à edição e ao esmero do trabalho, além dos pedidos de que logo fossem lançadas as continuações, fizeram valer todos os meses de trabalho árduo e de empenho.
Assim, com energia renovada e a certeza de que essa primeira tradução havia atendido às expectativas dos editores e dos leitores, partimos para os outros dois volumes da série, os quais, esperamos, continuem a agradar, entreter e cativar cada vez mais fãs.